14 – Oração Eucarística da natureza
Realmente é nosso dever te louvar, Criador do universo.
Pela tua Palavra criadora, formaste com dedos de artista o Céu e a Terra, os mares e os rios, a água das fontes e os peixes, os pássaros e as flores, os animais e as plantas, as sementes e os frutos, o sol que faz verde a natureza e a lua e as estrelas que fazem a ternura da noite, a chuva que faz germinar a esperança na terra seca.
E em tudo inscreveste a perfeição, para gerar a harmonia cósmica.
Nós te louvamos pelo santuário da criação e te louvamos sobretudo porque o deste como casa para o ser humano, a fim de que pudéssemos te encontrar debaixo do teto imenso que nos abriga.
Nós te louvamos por teu Filho, o Cristo, que veio recriar todas as coisas e gerar a nova Aliança da harmonia com todos os seres.
Por Ele, com Ele e com toda a criação que grita teu louvor, declaramos um poema de ação de graças, unindo nossa voz à sinfonia eterna da alegria do universo, cantando a uma só voz…
Santo, Santo, Santo…
Tu és verdadeiramente Santo e a natureza inteira grita tua bondade.
Criaste todas as coisas e tudo entregaste ao ser humano, para que a felicidade fosse possível, na harmonia com todos os seres.
Deste ao homem e à mulher a missão de cultivar a terra, fazendo-a bela e fecunda e continuando a obra que tinhas iniciado.
Depois que a água do dilúvio restituiu às criaturas a ternura original, fizeste aliança com Noé e todos os seres, para que sua descendência pudesse saborear a felicidade.
Através dos tempos, continuas sustentando as criaturas, para que o ser humano possa descobrir o teu Nome na bíblia aberta da Criação.
Envia, agora, teu Espírito que faz novas todas as coisas.
Ao criar o universo, viste que tudo era bom; e assim abençoaste a Criação.
Abençoa (+) agora este pão e este vinho, louvor pela fartura das colheitas, fruto da harmonia do ser humano com a natureza, para que eles se transformem no Corpo e Sangue de teu Filho.
Ele, quando reuniu seus amigos numa refeição, para se alimentar com os dons da natureza, celebrando a festa da Nova Aliança, tomou o pão, nascido da terra e amassado de suor, e o repartiu dizendo: “Tomai, todos, e comei. Este é o meu corpo, que será entregue por vós!”
E depois, tomou o copo com vinho, que é benção da natureza para a alegria do ser humano, e o partilhou dizendo: “Tomai, todos, e bebei. Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim!”
Tudo isto é mistério da fé!
Aceita, Deus Criador, esta nossa oferta, símbolo da fecundidade da natureza que gera a alegria da vida.
Nós a apresentamos com todas as criaturas, agora transformada no Corpo e Sangue do Cristo.
E agora, Deus Criador, nós te pedimos por todos aqueles que cultivam a terra, para dela receberem a vida e nela recriarem a esperança do verde.
Nós te pedimos por aqueles que não tem um chão para cultivar seu pão, e te pedimos também por aqueles que, seduzidos pelo egoísmo e pelo instinto de posse, que os levam a acumular só para si o que deste para todos, roubam aos irmãos o direito de ser felizes, colhendo o alimento em sua terra.
Nós te pedimos força e coragem, para que o nosso amor à natureza grite mais alto que a poluição e o devastamento, a insensibilidade e ganância suicida, que transformam a pródiga mãe natureza em escrava torturada.
Nós te pedimos discernimento, para colocar a técnica a serviço da natureza, a fim de que esta continue servindo o ser humano.
Pois, se criaste todos os seres para a felicidade das pessoas, não podemos ser felizes sem as coisas criadas, nem longe do natural e do artesanal.
Nós te pedimos, Deus da vida, simplicidade e sensibilidade para sabermos ler, nos mistérios da natureza que criaste, a grandeza do teu amor por nós.
Nós te pedimos pela Igreja e por aqueles que a coordenam, para que ela seja sinal visível da harmonia dos homens entre si, com a natureza e contigo, para assim testemunhar o projeto que sonhaste para a felicidade do ser humano.
Nós te pedimos por todos os que morrem, vítimas da fome que é fruto do egoísmo de alguns, que impede que todos se alimentem dos dons da natureza.
Lembra-te de todos nós!
Faze-nos crescer na comunhão com todas as criaturas, para que um dia, na plenitude prometida do templo novo, unidos a todos os que já morreram e em harmonia com todos os seres criados, celebremos a festa da reconciliação universal, sentados à mesa com teu Filho, por quem te cantamos louvor: Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai todo poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre. Amém